Relatório de Trabalho de Campo
Ecossistema Costeiro – Costão Rochoso
Conhecendo o ecossistema costeiro: Costão rochoso.
1. Introdução
2. Desenvolvimento
Foi observado um costão rochoso na praia dos cavaleiros na região de Macaé - RJ, sob condições atmosféricas favoráveis, mar calmo e temperatura aproximada de 28°C. O costão apresentava fauna e flora abundantes. A grande diversidade de espécies presentes nos costões rochosos fazem com que, neste ambiente, ocorram fortes interações biológicas, como consequência da limitação de substrato ao longo de um gradiente existente entre o hábitat terrestre e o marinho (Biocenose). Diante das limitações desse ambiente (hidrodinamismo, dessecação, luminosidade e salinidade), os organismos desenvolveram adaptações importantes, quais sejam: algumas espécies tiveram que desenvolver um exoesqueleto para melhor proteção e fixação no costão. Diversos tipos de algas encontravam-se presentes.
3. Material básico
3.1. Instrumentos e Materiais de Uso Comum
Bandeja para coleta de amostras, Peneira, Canivete e luvas.
3.2. Materiais Diversos
Faca e microscópio.
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(Caranguejo e Ouriço-do-mar) |
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(Algas Verdes) |
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(Cracas e Mexilhões) |
Ouriço do mar e tubos de poliquetas.
6. Coleta de Material
Para a coleta dos organismos e posterior dissecação foi utilizada a técnica de catação para o ouriço-do-mar e raspagem para os tubos de poliquetas.
7. Estratificação do Costão
Os costões rochosos são muito dependentes da variação das condições atmosféricas. Os parâmetros que mais influenciam os costões são a temperatura, hidrodinamismo, luminosidade e a dessecação.
A zonação vertical refere-se à distribuição das diferentes espécies de organismos em faixas horizontais ao longo dos costões rochosos, onde a abundância de cada espécie vai ser maior na faixa em que os parâmetros ambientais são mais propícios à sua estratégia de vida. Com base na zonação, podemos distinguir classicamente o costão rochoso quanto à ocorrência dos organismos marinhos em:
– Supralitoral – Faixa emersa de forma perene. Seu limite superior é onde os respingos de água salgada das ondas não chegam e, por este motivo, cessa a ocorrência dos organismos marinhos. A área dessa faixa
é proporcional à dinâmica das ondas: regiões de intenso batimento e com ondas grandes apresentam um extenso supralitoral. Nessa zona não foi observado nenhuma forma de vida.
– Mediolitoral – Região entre marés, com o limite inferior na baixa-mar de quadratura e o superior variando em função da maré alta associada ao batimento de ondas. Zona com alternância de total imersão e total emersão, tendo sua extensão definida pela amplitude das marés. Apresenta espécies adaptadas a elevado hidrodinamismo, com nítida zonação. Possui a faixa superior com alta diversidade de espécies de algas. A área logo abaixo fica ocupada por invertebrados sésseis filtradores, inicialmente, por cracas, e na parte inferior por mexilhões e carangueijos, na subzona limite, quase chegando ao infralitoral, algumas espécies de anêmonas.
– Infralitoral ou sublitoral – tem o limite superior abaixo da faixa de maré vazante e o inferior no desaparecimento das macroalgas. O tamanho dessa zona é muito variável, dependendo inclusive da transparência da água. Caracteriza-se por apresentar organismos que não suportam condições de exposição ao ar atmosférico, apesar de esse precedente possuir a maior diversidade de espécies entre as zonas do costão, ouriços-do-mar, corais-moles, peixes e diversos outros organismos.
(costão mostrando de forma clara a estratificação)
8. Análise das Amostras
8.1. Ouriço–do-mar
Seu esqueleto é rígido e sua superfície é dura, formada por placas de calcário denominada teca. O corpo é coberto de espinhos. Existem pequenos pés com ventosas. O orifício anal e o genital estão localizados na parte superior do ouriço-do-mar. A boca se assemelha a uma garra, está localizada na parte inferior e tem algumas lâminas que se assemelham a dentes virados para dentro.
8.1. Tubos de Poliquetas
Polychaeta é uma classe de anelídeo que inclui cerca de 8.000 espécies de vermes aquáticos. A grande maioria das espécies é típica de ambiente marinho, mas algumas formas ocupam ambientes de água doce ou salobra. O nome deriva do grego poly + chaeta que significa muitas cerdas, numa referência às cerdas que lhes cobrem o corpo. Muitas espécies de poliquetas são coloridas e algumas são mesmo iridescente. As poliquetas distribuem-se na coluna de água desde a zona intertidal até profundidades de 5.000 metros. No conjunto, os poliquetas medem 5 a 10 cm de comprimento em média, mas há espécies com apenas 2 milímetros e outras que atingem 3 metros.
As poliquetas utilizam seu material excretado juntamente com a areia para construir dutos para sua locomoção e proteção, material esse que serve para fixação de outros organismos, formando uma Biocenose.
Foi analisado um fragmento deste material e constatou-se que, além das estruturas supracitadas, foram observados diversos outros organismos em seu interior. Na superfície externa foram encontrados indícios de formação de coral.
(Estrutura formada pelas secreções das poliquetas e areia)
9. Conclusão
Após intensa observação do ambiente e minunciosa análise das espécies coletadas e visualizadas, observamos uma rica diversidade biológica encontrada no local. Apesar de encontrar-se em área urbana, constatamos que esse ecossistema apresenta-se em boas condições, não tendo sofrido danos consideráveis diante do impacto iminente da proximidade com o homem.
Fontes: CORBINEAU, ANA DUNEY. VARIAÇÃO temporal (1997-2002) das comunidades bentônicas da zona entre - marés de costões rochosos da ilha dos Lobos, baía de Guanabara 2004 73s. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Biologia Marinha)- Instituto de Biologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2004.
Alunos: Alexandre da Costa Nunes dos Santos
Roberta Feijo Alves
Elaine Areias de Oliveira
Izaura da Silva Arêas Mota
Roberta Feijó